quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pra Páscoa não passar em branco

Dias difíceis com a saúde da mãe complicada desafiam a capacidade de perceber o colorido da vida. É preciso um esforcinho a mais, eu sei. Então, em meio a aflições, registrei a Páscoa quase como uma medida terapêutica. Uma maneira de me conectar com as pequenas belezas que também em momentos de coração pesado ajudam a aliviar, a reconhecer que a luz está sempre presente, manifestada nas coisas que nos fazem bem.
Vesti a casa na última semana com lembranças, presentes e recordações de anos passados e as poucas novidades que consegui preparar. As casquinhas tingidas ganharam fama pela divulgação no
Dcoração. Foi uma alegria ver o produto da cidade ficar conhecido por esse mundão afora, como só um blog de tanto prestígio consegue. Por obra desses roteiros que nem sempre compreendemos, soube agora que essa foi a última Páscoa em que os corantes foram fabricados. A tradicional empresa de carimbos que os produzia há décadas fechou suas portas. Fico na torcida que alguma outra reconheça seu valor e dê continuidade a essa história tão bonita do seu Adamy e família. E apegada como sou, guardei as sobrinhas das tintas para testar um uso novo: pintura no papel, feito aquarela.
Não tive tempo nem disposição para recheá-las, mas emprestaram sua cor junto aos anjinhos e ao coelho, que este ano ficou assim, branquinho, graças a uns jatos de tinta spray. Gostei desse recurso para dar nova cara a figuras simples, até mesmo encontradas em lojas de 1,99. Parece porcelana, não?
Uma família orelhuda também saiu da caixa onde moram as mimosices pascoalinas. Tão bom rever essas criaturinhas que convivem com a gente poucos dias no ano. Os ajudantes do Coelho foram trazidos por uma colega há tanto tempo, mas lembro tão bem do quanto me encantei com a proposta lúdica da peça.

Na porta, a guirlanda da Páscoa passada, irmã de outras que produzi e mostrei aqui.

O pano de prato foi presente da sogra, que não está mais conosco. Na cozinha, um jeito de ter seu carinho por perto.

E a coelhona, presente de outra colega querida, com seu sorriso aberto que não esqueço, ganhou seu nome. Silvinha é de fé, está comigo há muitas e muitas Páscoas, sempre com esse ar de boneca antiga que não envelhece.

Se é época de renascer, que renasça com força a esperança. As borboletas que voltaram com o outono fazem a sua parte, brincam, dão rasantes, pousam e se alimentam nas suas flores preferidas. Tudo para chamar minha atenção para os ciclos perfeitos do universo - acredito.

Que a alma guarde o recado. Amém.