quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Desafiodecor3: Natal de simplicidades

Fui desafiada a decorar o Vero, restaurante do filho e dois amigos, para o Natal. Um desafio daqueles para minha eterna alma cor-de-rosa de menina intervir numa casa sóbria de meninos, mas o exercício de explorar um tema com duas únicas cores acabou sendo uma experiência bem bacana. Então, achei que o post teria tudo a ver com o Desafio de Blogueiras e resolvi participar.
Vamos dar uma passeada pelo vermelho e branco que veste o ambiente com toques discretos?

No hall, a luminária ganhou snowflakes vermelhos recortados em papel.
E, no salão, os floquinhos de neve brancos enfeitam as luminárias pendentes sobre as mesas.

Flocos maiores, mandalas com vazados simétricos, também decoram algumas faixas nas paredes.
Recortar snowflakes  é um passatempo meio mágico e acaba viciando. Uma surpresa a cada dobra, recorta e abre e logo dá vontade de fazer mais um, e outro, e outro...! Melhor assim, já que as peças de papel são muito versáteis para imprimir diversão e beleza  à decoração natalina. No ano passado, enfeitei a árvore de Natal com elas e mostrei aqui, onde também deixei um link para aprender a  recortá-los. Experimente!
Assim como o vermelho é a cor que prevalece na identidade visual do Vero, a madeira também é característica do espaço, e resolvemos explorar o material  no pinheiro montado com ripas reaproveitadas que tínhamos em casa. Marido arregaçou as mangas e montou a estrutura desencontrando os tacos de tamanhos diferentes.
Para decorá-lo, preparei docinhos fakes com forminhas poá vermelho e branco, bolinhas de isopor cobertas com cola glitter e uma pequena conta.

E a arvorezinha ganhou lugar de destaque no hall.
O vinho, um dos carros-chefes da casa, foi lembrado com singeleza junto ao caixa.
 Montei cogumelos com rolhas e as mesmas forminhas de papel...
 e reninhas, com rolhas e gravetinhos.

A simplicidade é uma bela aposta, não é vero?
Que ela seja nossa melhor companhia nessa época de tantos apelos consumistas caros e sem graça. Amém. 

sábado, 17 de novembro de 2012

Quanta doçura!

Adoro reconhecer que existem pessoas que adoçam nossa vida desde sempre. E mais,  ajudam a formar quem somos hoje desde a época em que, feito esponja, absorvemos o que nos rodeia com os filtros da nossa essência, aquela que parece mesmo já chegar aqui predisposta a determinadas relações de afinidade.  Com a dinda Telma é assim. Por ela, despertei para um dos meus primeiros orgulhos. A menina que fui sentia-se extremamente honrada por ser sua afilhada. Muito orgulhosa daquela mulher forte, decidida e amorosa, que contava aos quatro ventos ser apaixonada por mim antes mesmo de eu nascer. Na adolescência, ganhou o status de musa aos meus olhos ávidos por novos modelos do feminino. Uma aquariana clássica, que rompeu padrões da época, me anunciava um mundo tão maior do que via ao redor. Tudo nela me impressionava. Ela falava inglês fluentemente! Era secretária bilíngue. Ela morava sozinha, no Rio de Janeiro! Ela era alta, charmosa e exibia esses seus atributos nas passarelas, como manequim free lancer! Ela andava de avião como nós volta e meia andávamos de ônibus para a capital! E, o melhor de tudo: era minha dinda! Condição que me parecia um aval, uma bênção para também poder sonhar com horizontes mais largos. Suas cartas, carimbadas em alguma agência da cidade maravilhosa, repercutiam por muito tempo. Além das novidades cariocas que me entusiasmavam, me encantava a identidade gráfica. Datilografadas em máquina elétrica, em papel bem fininho, com fontes lindas, pareciam impressas. Suspirava... quem sabe um dia teria uma delas. Quem sabe, um dia, também teria uma coleção de louças em miniatura, um tesouro, igualzinha àquela que ela guardava numa caixa embaixo da cama, e que espalhava pelo chão para brincarmos de casinha. Privilégio, pensava eu, que só uma afilhada muito amada poderia ter.
Anos depois, ela bateu asas para a América do Norte, e a distância tão maior nos privou também da convivência rápida de suas visitas. Mas no meu aniversário, seu telefonema é sagrado. Esteja onde estiver, batemos um longo papo e colocamos pitadas de fermento nessa nossa receita de amor correspondido.
Com o fim da era dos "separados pelas milhas", hoje nos deleitamos trocando as experiências do dia a dia pelos abençoados canais virtuais. Ainda assim, sempre fica faltando o abraço. E, depois de uns 15 anos, na semana passada chegou a nossa hora de mandar a saudade embora e curtir o olho no olho emocionado, se enroscar num abraço gostoso, renovar nossos votos de afeto eterno, ao vivo, com todas as cores que merecemos.
Voltei aos meus 10 anos com sua passada pelo Sul, e confesso: meus olhos brilharam pelo kit de presentes para a cozinha igualzinho como na infância. Os capítulos se repetem. Ela continua me abastecendo de novidades, muitas. Alcançando-me o só conhecido à distância: paisagens, costumes, vivências da sua outra pátria, e também, de coisinhas especiais que ambas curtimos. Dentre essas, as que passam pelas panelas, paixão compartilhada desde aquela caixa de loucinhas, tão marcante. E eis que tenho agora um luxo para o preparo de bolos. 
Meus problemas na hora de untar a fôrma "se acabaram-se"! rs Bastam alguns jatos da gordura com farinha em spray...
colocar a massa...
e segurar a ansiedade enquanto assa...
pra... tchan, tchan, tchan, tchan: o bolo desenformar inteirinho, perfeitinho!
Com muita ganache, porque o momento merecia.
Com muita cumplicidade, como sempre foi, como sempre será.
Amém!
Bolo amanteigado de morango
Ingredientes:
100 g de manteiga
3/4 de xícara de açúcar
2 ovos
1/2 xícara de leite
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher (sobremesa) de fermento em pó
1 colher (sobremesa) de essência de baunilha
raspas de casca de laranja
1 caixa de morangos

Preparo:
Bata a manteiga amolecida com o açúcar.
Junte os ovos e misture bem.
Acrescente a farinha peneirada com o fermento, intercalando com o leite.
Junte a baunilha e as raspas de laranja.
No fundo de uma fôrma pequena, untada e enfarinhada, disponha alguns morangos inteiros.
Coloque metade da massa, cubra com os outros morangos, enfarinhados, e finalize com a sobra da massa.
Leve ao forno em temperatura média até dourar levemente. Faça o infalível teste do palito.
Depois de frio, cubra com a ganache: 150 g de chocolate meio amargo + metade de uma caixinha de creme de leite, em banho-maria, até ficar homogêneo.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cogumelos de rolha (PAP)


Sou fã incondicional dos elementais, o que não é novidade por aqui. Entre eles, gnomos e fadas são companheiros de longa data, bem antes de ganharem espaço nas lojas e mídia esotéricas. Naquela época, eram tão raros, que conseguir uma figura dessas era mesmo sinal de sorte. Não pensava duas vezes para arrematar a criaturinha e trazê-la pra casa. Com o passar do tempo, com a invasão de bibelôs em forma de duendes, elfos, gnomos e fadinhas de todas as espécies, acabei bem mais seletiva. A primeira regra para isso é que os novos habitantes do reino encantado só podem chegar aqui em forma de presente. A proposta só é quebrada, quando me possuo de enorme criancice que não consigo controlar a vontade de comprar um desses serezinhos que parecem, volta e meia, piscar pra mim. Mas tenho crescido na disciplina e a comunidade que vive no baú vem se mantendo sem  extrapolar os índices de natalidade. (rs)
Na semana passada, a comadre, meio fada, meio gnoma, pousou uma Sininho nas minhas mãos. Miúda, uma delicadeza só. Logo lembrei de uma ideia imediatamente salva do blog da Chris, outra fada de mente e mãos super criativas. Fui atrás aqui, e já tarde da noite tratei de confeccionar o cogumelo com cabinho de rolha para o cenário da minha mais nova filhota.
Vamos acompanhar como nascem os vermelhinhos com poás?

Corte dois círculos em feltro: o vermelho um pouco maior que o branco. Dê uns piques no miolo branco. 
 Una as duas partes costurando com pontos irregulares usando linha de bordar.
 O avesso lembra muito um cogumelo de verdade, não?
 Encha o chapéu com fibra sintética ou algodão.
 Corte o excesso das pontinhas brancas e fixe na rolha com cola quente.
 Para as pintinhas brancas, cortei pomponzinhos de grelot em vários  pedacinhos e costurei com linha branca.
 E logo busquei a Sininho para conhecer seu companheiro. 
Gostamos tanto do resultado, que fiz outro com pesponto em vermelho, e como me reconheço compulsiva, é provável que logo tenhamos um campo de cogumelos. As rolhas, tenho um fornecedor daqueles, não é vero? Os lindinhos não são perfeitos para se espalharem pela casa quando dezembro chegar, naquela época em que podemos liberar total as fantasias infantis? Aposto que Papai Noel, o gnomão mais querido do planeta, vai adorar! 
Que nas pequenas coisas encontremos um bom motivo para acordar cedo ou dormir tarde, com entusiasmo. Amém.
*As fotos assinadas, que não gosto nadinha, são uma tentativa de proteger o material produzido para o Amém. Infelizmente, por esperteza ou falta de conhecimento de alguns, tenho encontrado imagens daqui sem crédito em diferentes blogs de manualidades. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Casa de passarinho e sua inquilina


Há muitos anos, uso a mesma tintura para esconder os fios brancos do meu cabelo originalmente preto. É uma das raras situações em que mantenho fidelidade a um produto. Na maioria das vezes, não guardo nome de marcas de quase nada, nem de roupas, sapatos, itens de limpeza, com exceção da hora de abastecer a despensa. Nessa lista, tenho minhas preferências sempre na ponta da língua, difícil ser seduzida por alguma novidade. Mas, voltando ao Casting, sua embalagem "pisca" pra mim por todos esses anos e então, na última sessão "meleca" na frente do espelho, me permiti guardar a caixinha cheia de potencial. Sua forma de casinha já sugeria no que ela se transformaria, era só uma questão de "caiar" suas paredes, construir um telhado, recortar uma portinha...E então arregacei as mangas para brincar de pedreira.

Primeiro, brincadeira de jardim da infância: rasgar pedaços de jornal e colar sobrepostos em todas as paredes, preparando para a pintura. Enquanto seca, hora de providenciar o telhado. Círculos de uma outra embalagem, de papel canelado, dobrados ao meio, caíram como uma luva, ops, como telhas.


Estrutura pronta...


... hora boa da pintura.

Depois, momento de enfeitar a fachada com recorte mimoso.

Casinha pronta, cadê passarinho pra morar nela? Foi quando mudei os planos para a morada. Se a historinha começou lá pelos meus cabelos longos, que moda alguma me convence a encurtar, que tal trazer uma outra Rapunzel para brincar no último capítulo?

E aí está ela...

... a primeira inquilina do pequeno lar, tão bucólica quanto a construção. Olhando agora, parecem terem nascido uma para a outra, como no final dos contos de fada. Mas parece também que ao invés do príncipe, a menina espera mesmo é por um passarinho que pouse bem perto, cante pra ela, sussurre segredos, prometa companhia leve e alegre e assim, juntos, possam sonhar mais e mais.
Prometo providenciar seu companheiro, prometo apresentá-lo aqui, me prometo mais tempo para brincar comigo e com vocês. Amém.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Bombas e palmas para brindar a primavera

Confesso, já ouvindo a vaia ao fundo, que a primavera não é minha estação queridinha. Perde de longe para o outono, que anuncia o inverno, por quem morro de amores, mostrando o quanto sou gaúcha de corpo e alma (rs). Mas gosto muito da troca das estações que vai marcando o andar do tempo e os milagres da natureza. Da primavera, curto essa motivação que ela gera no coletivo, como uma onda que devolve a alegria infantil pela promessa de dias mais intensos em cor, luz, aromas. Tenho a impressão que se propuséssemos aos adultos desenhar a estação mais amada e marqueteada, teríamos uma coleção das clássicas cenas da casinha rodeada de flores, os dois morros no horizonte e o sol nascendo atrás deles. E só por isso ela merece mesmo ser saudada com honras de gala.
Por uma conjunção, talvez astral, a entrada da primavera foi marcada com dois rituais singelos com a cara da estação, registros lá de trás que me trazem sensações muito boas.
Morangos encontra-se atualmente em qualquer época do ano, mas quando era menina, só davam o ar de sua graça lá pelo final de setembro. Que festa quando o verdureiro estacionava sua camionete e avistávamos de longe as caixinhas de papelão recheadas das frutinhas mais esperadas! Miúdos, vermelhinhos por fora e por dentro, doces, colhidos no pátio da figura grandona, folclórica, nos proporcionavam o melhor lanche da tarde. Batidos com leite bem gelado, parecia milk-shake com aquela espuminha cor-de-rosa,  coisa só namorada em revistas. Fico tão entusiasmada quando chega a sua safra, que a sou a primeira a comprar os kits com 3, 4 bandejinhas dos meninos que vendem nas sinaleiras. E me sinto realmente rica com tamanha fartura.
Então, munida dessa riqueza, vem a segunda parte bem boa da história: sair à cata do que fazer com eles. E foi nessa procura por uma receita diferente das sempre certeiras, mas já batidas, que não sei de onde lembrei das bombas, outro ícone da cozinha imaginária da minha infância. Em dias bem raros, tínhamos o deleite de fazer o melhor programa que a cidade oferecia em termos de doces. Nos produzíamos com a roupa mais bonita para lanchar na Confeitaria Central. Ainda sinto lá no fundinho da memória o cheiro delicioso que recepcionava os fregueses já na calçada. Uma mistura de doces assando e salgados fresquinhos, aliás, esse era o maior trunfo do point tradicional: tudo feito no dia, tenro, com ingredientes de primeira e, sem dúvida, mãos de fadas que trabalhavam longe dos olhos da freguesia. Sonhava conhecer aquela cozinha, descobrir seus segredos...
Mais tarde, o programa se repetiu como primeira escolha do filho menino. As segundas-feiras eram sagradas para o passeio com a vó Lili, dia de folga das cabeleireiras, e o destino foi aprendido desde o carrinho de bebê. Muito conflito na hora de fazer o pedido na frente do balcão recheado de tantas gostosuras, mas pra não me arrepender, acabava na "bomba" de chocolate, e o filho seguia o exemplo. Não me arrependo até hoje: as melhores bombas do mundo dividindo o ranking com as melhores mil-folhas! A confeitaria fechou, deixou saudade em muitos, quem sabe contribuiu na escolha profissional daquele menino que adorava suas gostosuras e voltou a ganhar vida nas horas da semana passada em que passamos perseguindo a receita das bombas, mais conhecidas fora daqui por carolinas. Depois da primeira experiência mal-sucedida, o outro menino que hoje me acompanha nos programas gastronômicos me convenceu a arregaçar as mangas e começar tudo de novo. E, dessa vez, deu certo! A receita é esta aqui , super aprovada. Só inventamos no recheio, acrescentando, é claro, morangos.
A massa tem um quezinho mágico: cresce, estufa, forma bolhas por dentro e as bombinhas ficam ocas, perfeitas para receberem o creme e as frutinhas. Bastante recheio é a dica para ficarem bem molhadinhas, seguida à risca pelo sobrinho. E pra finalizar, fios de glacê de chocolate (açúcar de confeiteiro, chocolate em pó e pinguinhos de leite).
Na cozinha, olho para os doces tão bem casados com o prato de vidro, herança da sogra, e as palmas (gladíolos) cor de laranja que há tantos anos não via, compradas aos suspiros na subida da serra. E enquanto tento capturar a atmosfera "anos dourados" desse momento com minha "xereta", vou confirmando um parágrafo do livro da hora: "Feng Shui para a Alma", de Denise Linn.
"Nossa casa também é uma crônica da nossa história pessoal. Nossas experiências formam uma base que confere estrutura e contexto à nossa vida. É pelo passado que nos definimos. Nossa história é trazida para o presente através dos símbolos com os quais nos cercamos." 
Um viva à primavera por acordar um passado tão doce e colorido! Que sua missão seja compreendida por todos nós. Amém.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Temporada de bolos em tempos de chuvaradas

Desde sábado, chove, chove, chove forte, noite e dia... com intervalos do tamanho de breves reticências. Dorme-se e acorda-se com o mesmo som, às vezes com acordes fortes dos trovões e da ventania, e a mesma luz tão fraca que mais parece uma única noite de mais de  80 horas. Mas, como filha de peixe, peixinha é, estamos, eu e a mãe, muito longe da incomodação, na contramão do mau humor coletivo que tomou conta dos gaúchos. Então, quase pedindo desculpas aos incomodados, e de joelhos aos flagelados do Estado, confesso que como tenho o privilégio de poder ficar protegida no ninho e um pezinho no recolhimento, dias assim acordam muitas (boas) vontades, em especial, as que nascem na cozinha. Se estamos virando sapos, que sejamos sapos bem gordinhos - é o lema da temporada molhada.
Como essa é uma casa de boleira (aposentada), receita que mais gosto de experimentar é de bolo, seguida logo atrás de biscoitos, grande paixão. Dessa vez, finalmente reuni os ingredientes do Bolo de maçã com farofa de coco, da musa Rita Lobo, do consagrado Panelinha, que dispensa apresentações, mais ainda agora, com seu programa no GNT. Infelizmente, a série nas últimas semanas está reprisando, mas tenho fé que uma nova temporada está por vir. Essa é do livro "A conversa chegou à cozinha", que  reúne crônicas e receitas numa demonstração clara que os criativos, na grande maioria das vezes, navegam bem por diferentes canais, sejam eles gastronômicos, das artes plásticas, da literatura, da música, do universo craft... A bela Rita, além de fazer bonito na frente das câmeras fotográficas e da tevê, domina com elegância e simplicidade panelas e palavras, e isso me encanta. Transcrevo o capítulo delicioso:


"Um bolo para Ane
Este bolo de maçã com farofa de coco é uma receita que ganhei da tia Cristina Ferraz. Digo ganhei porque sempre acho que boas receitas são como presentes. Espero que a Ane também goste!"

Para a farofa
1/2 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de nozes picadinhas
1/2 xícara (chá) de coco ralado
1 colher (chá) de canela em pó

Modo de preparo
Numa tigela, misture bem todos os ingredientes. Reserve.

Para massa
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de canela em pó
1 pitada de sal
1 colher (chá) de bicarbonato 
1 colher (chá) de fermento em pó
2 xícaras (chá) de açúcar (reduzirei para 1 1/2 na próxima vez)
1 colher (sopa) de suco de limão
2 colheres (sopa) de conhaque (usei cachaça)
4 maçãs-fúgi grandes
2 ovos
1/2 xícara de óleo
1 colher (chá) de essência de baunilha

1. Unte uma assadeira retangular com óleo e polvilhe com farinha. Reserve. Preaqueça o forno a 180 C (temperatura média).
2. Coloque a farinha, a canela, o sal, o bicarbonato, o fermento e metade do açúcar numa tigela, passando por uma peneira. Misture bem.
3. Descasque as maçãs, corte na metade e retire as sementes. Corte as metades em cubinhos. Transfira para uma tigela e misture o suco de limão, o conhaque e o açúcar restante.
4. Numa tigela grande, bata os ovos com um garfo. Acrescente o óleo e a baunilha. Nesta mistura, junte as maçãs e a farinha. Misture delicadamente.
5. Transfira a massa para a assadeira preparada. Espalhe a farofa com as costas de uma colher de sopa.
6. Leve ao forno preaquecido para assar por 25 minutos. Retire, cubra com papel-alumínio e continue assando por mais 20 a 25 minutos. Depois de frio, corte em quadradinhos.

Sirva com
Creme chantilly ou sorvete de creme. (servi com coalhada)

Que este seja também um presente para os amigos do Amém, que adoçam minha vida, faça sol ou faça chuva. Amém.

domingo, 16 de setembro de 2012

Cupcake de cenoura: gol na certa!


Andei às voltas com um pedido de receita para o encarte do Dia das Crianças de uma rede de supermercados daqui da região. A amigona, responsável pelo trabalho, encomendou um prato saudável para os pequenos, em que eles possam colocar a mão na massa junto. Depois de uma primeira tentativa frustrada com uma receita que não deu em nada, a não ser em sujeira na pia e a minha cara amarga com o resultado, resolvi reprisar a experiência com os bolinhos de cenoura da Ana Sinhana, super aprovados. Pensando na praticidade dos leitores do encarte, fiz pequenas alterações. É interessante como as afinidades também passam pela cozinha. E com a Ana é assim: se penso numa receita certeira, bato na cozinha dela. É batata! Gol na certa. Vale experimentar:

Massa:
1 1/2 xícara de açúcar mascavo (apertado na xícara na hora de medir)

3 ovos

3/4 xícara de óleo (de preferência de canola ou girassol)

2 xícaras de farinha de trigo

1 colher (chá) de bicarbonato de sódio

1 colher (chá) de fermento em pó

1 colher (chá) de canela em pó

1/2 colher (chá) de gengibre ralado (opcional)

1/2 colher (chá) de sal

1 colher (chá) de extrato de baunilha 

3 cenouras raladas

2/3 xícara (chá) de nozes picadas

Forminhas de papel para cupcakes (usei tamanho grande e renderam 9 bolinhos)


Cobertura:
1 caixinha de cream cheese (Philadelphia)
3 colheres (sopa) de açúcar de confeiteiro

Preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°.
Coloque o açúcar, o óleo e os ovos numa tigela e bata com o fouet (batedor de arame) para agregar bem os ingredientes.

Aos poucos, misture a farinha, bicarbonato, fermento, canela, gengibre e sal peneirados juntos e acrescente a baunilha .

Por fim, misture a cenoura ralada e as nozes até incorporar bem.

Coloque as forminhas de papel dentro de fôrma para cupcakes ou de empadas e distribua a massa enchendo 3/4 delas.

Leve para assar na grade do meio do forno,  por cerca de 20 minutos, até dourar. 

Tire os bolinhos da fôrma e deixe esfriar antes de cobrir.

Para a cobertura, misture delicadamente o cream cheese e o açúcar de confeiteiro. Cubra usando uma colher e enfeite com confeitos.

*Se preferir, faça um bolo único assando a massa numa fôrma pequena.

Que as doçuras sejam atalho e desculpa para muitos encontros. Amém!

**Deu a louca no blogger e a postagem tá uma salada de fontes de letras. Desculpem a poluição.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Nossos dias (em volta da mesa) com Laély"


"Às vezes dá vontade de agarrar a vida com uma, duas, dez mãos e levar à boca, e trincar nos dentes como uma fruta no ponto." 

Adoro caçar palavras para casar com imagens, um exercício prazeroso semelhante ao que o desafio do passatempo  nos traz quando acabamos de preenchê-lo.
Ou quando consigo cruzar o maior número de vocábulos no meu jogo preferido desde a infância, guardado como relíquia, sempre pronto a ser desengavetado se encontro um parceiro para a brincadeira.
A síntese da poesia, dos aforismos, me salva muitas vezes para que o exagero de palavras não roube a potência do que quero dizer. Se associada a fotos significativas, tá feito o registro  do jeito que gosto de guardar aqui o que me é de valor.
Então, para eternizar o feriadão especial com a amiga que pela segunda vez vem me visitar, fiz uma seleção de imagens. Como a ocasião merece, juntei poemas de Roseana Murray, minha "ídola" na maestria de "poetar" o cotidiano, e batizei de "Nossos dias (em volta da mesa) com Laély".


Hoje arrumo as flores
em cima da mesa
as frutas na memória
quero um dia bem simples
alguma luz pousada
na superfície da água ...


Depois de um churrasco bem gaúcho no almoço do feriado, outra mesa nos esperava para dupla comemoração. E enquanto a mãe jantava, nós duas nos embonecávamos para a noite.

hoje chamo para mim
amorosas palavras
que vivam um dia
perto do meu coração
que corram pela casa
com sua mistura de mel e espanto ...


Quem diria que o universo seria tão generoso e nos oportunizaria brindar o primeiro ano do Vero, restaurante do filho, em tão querida companhia. 
Eu fui de peixe... 
e as parceiras apostaram no entrecot com farofa de erva-mate, prato guardado na memória gustativa de Laély desde a primeira vinda a minha casa...
e recebido assim, com entusiasmo de criança.

Sobremesa refrescante na noite com cara de verão prematuro, aquecida pelo reencontro das "três mosqueteiras" (boas de garfo...rs)
e a pose no grand finale, reunindo ingredientes de um verdadeiro banquete pra alma: Jane, amiga-irmã de longo trajeto, e Laély, pinçada nos meus primeiros passos pelo mundo virtual, num golpe que só o Mestre seria capaz de acertar, junto com o autor das minhas maiores alegrias, ambas grandes torcedoras pelo seu sucesso.

No sábado, as meninas subiram à serra e, como amigo costuma fazer, trouxeram na sacola um pedaço do passeio que não pude saborear.

Motivo para mais um encontro na minha cozinha, dessa vez no café da manhã do domingo que, como percebeu minha mãe, amanhecera cinza porque até o tempo já estava triste com a despedida que se aproximava. Mas antes dela, muitos motivos para se alegrar: a geleia de bergamota deliciosa, mimo de amiga recente do Facebook, prova de que a doçura corre solta "online"...
 os biscoitos tenros de Santa Teresa, terra da visitante...

a conversa solta nos papos de mulherzinha
(de tantas gerações), as risadas, o cheiro do café passando,  do pão tostado, a algazarra das maritacas no pinheiro do vizinho...

Cenário e roteiro que lembram novela, protagonistas que se orgulham da coragem que permitiu os valiosos encontros como personagens reais. 

alguém parte com um ruído seco
alguém sempre está partindo.

Mas o presente da visita, que já é de casa, fica. Fica por toda casa, conjugado no passado recente, de olho no futuro próximo. Está ali na parede e faz meu coração dizer um Amém tão forte, que quase ouço seu eco lá no Espírito Santo. Que assim seja!
Para conferir nossos outros encontros, eles estão aqui, aqui,aqui, aqui, aqui e aqui.