quinta-feira, 18 de agosto de 2011

São Francisco no Sexta de ideias (6)

Lembram da imagem que a comadre me trouxe de Assisi? Lembro que ela justificou o presentinho, dizendo saber que não sou desse tipo de religiosidade, mas que escolhera a lembrança por ter pensado em mim lá no seu santuário. Interrompi logo suas desculpas apaixonada pela criaturinha vinda de tão longe. Passaram-se meses e São Francisco continuava aqui ao meu lado, no meio da bagunça da mesa de craftices, note, livros... Olhava pra ele e entendia que quase sempre demoro mesmo para encontrar o lugar de cada personagem, de cada peça que chega para fazer parte do cenário da casa. Mas também reconhecia o mal-estar que a desordem sempre acaba causando nos bagunceiros, e apesar de curtir a companhia próxima de Francisco, resolvi buscar um habitat mais justo para ele. Sem nenhuma inovação, pensei num oratório pequeninho, de acordo com seu tamanho, e logo encontrei a estrutura numa caixa de sabonete. Com estilete, recortei a "vitrine".
E na parte retirada, desenhei e cortei a moldura superior.
Forrei com tecido.

Cobri a caixinha com tecidinho de outra estampa, miúdo também.

Depois de coladas e secas as partes, fiz uns fricotes com fita e florzinhas recortadas de renda.
E lá foi São Francisco pra sua casa nova, morar na parede já bem habitada da sala. Fim da novela? Eu também acreditava que sim, até a ida ao supermercado no início da semana. Olhos arregalados com a superpromoção de bonsais, a 5 reais, voltei pra casa faceirinha com uma miniatura de cipreste. Por este preço camarada, dá até para correr o risco da frustração se ele não vingar, como já aconteceu outras vezes - me convenci rapidinho. E começou outro caça ao melhor lugar, agora para a arvorezinha. Provisoriamente (a desculpa é sempre essa, e o provisório quase vira permanente), coloquei a miniatura na mesinha de canto, onde à tarde entra o Sol. Ontem, assim que bati o olho no bonsai iluminado, tive o estalo aquele que faz a gente mudar o rumo das histórias, e corri para libertar São Francisco de sua vitrine apertada.
Levei-o para junto da natureza, onde sempre foi e será seu lugar.

E na companhia do passarinho, que voou de um outro cenário em miniatura...

... por enquanto, e se ele ajudar, por um bom tempo, tenho agora um santuário que me convence.

Me sinto realmente protegida cada vez que namoro a cena de longe, pela graça das pequenas dimensões e pela sincronia que trouxe São Francisco nesse momento em que a vida me confirma que a simplicidade, não necessariamente franciscana, abre portas para tantos tesouros.
E como a busca por ela parece ter virado mania, a novela também não fica nesse capítulo. A embalagem, com esse recorte tão lindinho, inspirou novo projeto e já está em adiantado processo de transformação. É a ideia da próxima Sexta. Espero vocês, e as meninas "comandadas" pela Cris também.

Ah, o cobre-jarra de uma dessas Sextas já está morando em solo carioca, com uma amiga que muito me honra por me chamar de "sorrizão", desde esse nosso encontro aqui, a querida Cecília, do Quilts são Eternos.