quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sobrinhos que são uns...

... amores, da primeira e segunda gerações, de sangue ou de coração, não deixam o bicho do mau-humor (presença que me ronda o verão afora) se instalar no astral por muito tempo. Porque embarcam nas minhas criancices, aceitam os convites na primeira chamada, e lá vamos nós brincar de ser feliz (treino que exige empenho e merece disciplina diária, muitas vezes suado, outras, deletado) ...
... no jantar à luz de velas, assessorado por Murilo, guardião das lamparinas montadas com vidros de conservas, sobras de arame da construção e miçangas.

... no espetáculo do fantástico Tholl, confirmando, com a boca nas orelhas e a alma aos pulos, que o show de todo artista tem que continuar, não é, minha eficiente sucessora?

... no faz-de-conta que aqui é uma confeitaria com a garçonete mais encantadora!
... no ateliê de verão (o quartinho craft foi transferido à área dos fundos, em construção, logo mostro) orientando mãe e filho, compenetrados, na customização de um banquinho.
... na piscininha, presente perfeito de Papai Noel (seu codinome: marido) para essa criança calorenta que teima em me desassossegar, em tardes de refresco e chamego com Bruno.


Obrigada, meus queridos, por me lembrarem do valor de pescar o melhor dos dias (mesmo os terrivelmente abafados... rs). Obrigada por tão boa companhia! Que nossas cirandas de aprendizado tenham sempre a melhor das melodias: essa que nasce e vive pelos canais do afeto. Amém!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Da terra da uva...

...trouxe pêssegos, graúdos e perfumados, comprados direto da fonte. As uvas, essas namorei de longe, na região de Bento Gonçalves, nos parreirais que cobrem morros e vales em imensos tapetes, em muitos tons de verde, onde vi nascer 2011. Praticamente toda a produção tem destino certo: as incontáveis vinícolas, que produzem os vinhos que tanto orgulham os gaúchos, e também o suco (adoro!) que abastecem grande parte do país.
Trabalhar a quatro mãos é sempre uma experiência rica, e foi assim que iniciei o ano das atividades na cozinha, o que considerei um bom presságio. Ao voltar do passeio, encontrei uma surpresa daquelas na geladeira: uma massa amanteigada de torta prontinha!, à espera de um belo recheio. Presente do filho, que viajara e não tivera tempo de concluir o projeto. Pus a mão (que exibia unhas vermelhas como raramente acontece e quase me roubam a identidade...rs) na massa e cobri o fundo e um pouco das bordas de uma fôrma de aro removível com ela. Levei ao forno em temperatura alta para pré-assar por 10 minutinhos.
Descasquei e fatiei 5 pêssegos polpudos e cobri a massa com eles.
Misturei 1 xícara de creme de leite fesco (nata) com a casca de meia laranja e levei ao fogo até ferver. Deixei paradinho por meia hora e coei. Bati 3 gemas com 3/4 de xícara de açúcar e uma pitada de sal e juntei à primeira mistura.
Derramei sobre os pêssegos.
Com cortadores de biscoito, recortei corações e estrelinhas com a sobra da massa e distribuí na fôrma. Reparem nos minúsculos pontinhos escuros na massa. São sementinhas de baunilha (de verdade...rs), um luxo que, depois que experimentamos, dói na alma voltar à essência de vidrinho.
Voltei ao forno, dessa vez em temperatura média, por cerca de 45 minutos.
E ficou assim...
... uma gostosura, casando o azedinho da fruta com a crocância da massa.
Para quem quiser cometer o mesmo pecado, encontrei a receita da massa num blog de confeitaria que confio muito, o Chocolatria, da doce Simone, neste endereço aqui. Aconselho a fazer a receita dobrada e a também experimentar sua versão, com recheio de maçãs, um clássico que nunca perde espaço para paladares delicados. Ah, e para garantir a autenticidade da nossa torta de pêssegos, vale investir numa fava de baunilha. Acredite, só o aroma já vale o investimento.
Que as parcerias que alimentam a vida com os melhores condimentos continuem presenteando a nós todos com boas surpresas. Amém!