sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cadê a Anna que estava ali?

Ali na barra lateral, anunciando um presente escolhido lá na Itália? Está aqui, no centro das atenções, como personagem principal da minha sexta-feira, sinalizando um roteiro de amizade que começou no início do Amém com uma das primeiras e fiéis seguidoras. Susi, dona do copy&past e de uma delicadeza singular, é visita que não precisa bater na porta. É tão de casa, e suas visitas, sempre tão leves e enriquecedoras pela troca, me fazem tanto bem, que me faz lembrar deste trechinho do Pequeno Príncipe:
Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Amigos, virtuais e reais, têm essa capacidade mágica de nos adiantar a alegria. Os virtuais, que se tornam reais conforme estreitamos laços, mais ainda quando ouvimos sua voz e trocamos abraço, são esperados a cada elaboração de um post, quando adivinhamos como receberão nossas novidades. E se procuramos surpreendê-los com imagens e textos caprichados, muitas vezes são eles que nos presenteiam com gestos que dão o tom rosado desses vínculos. Susi já me presenteou com outra linda surpresa quando ligou da Itália, na véspera da minha ida ao Espírito Santo, para desejar uma boa viagem e dizer o quanto estava torcendo e vibrando com o encontro meu e da Laély. Fiquei enternecida com sua cumplicidade. Hoje, com a conspiração do universo, que providenciou que a Anna, a descolada boneca da Alessi, venha me fazer companhia e traga na mochila um pouco da Susi para minha casa e mais ainda para meus dias.
Tim-tim, Susi! Que um dia esse brinde, com vinho gaúcho acompanhado de risoto de arroz arbóreo de Vigevano, se repita ao vivo, em cores, aqui na minha cozinha, onde a Anna vai morar. Amém!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Por um fio...

... do telefone arrebentado do poste por um caminhão e a ineficiência da Oi para consertá-lo, passei quatro dias numa ilha sem comunicação, nem por voz, nem por texto, restando-me um celular com sinal comprometido e tentativas de sinal de fumaça e telepatia. A abstinência desse mundo paralelo ainda me surpreende e me faz meio apreensiva com o desassossego que a sua falta provoca. Então, para preencher o vazio dessas horas estranhamente livres, capturei e armazenei imagens e títulos, viajei em detalhes que despertam para divagações, talvez compreensões... como as borboletas que visitaram meus olhos muito próximas e também elas em situações atípicas. A preta, malabarista, balançou-se no jovem cipó por mais de hora, e pediu paciência à fotógrafa. Toda vez que esteve prestes a estabilizar-se, abria rapidamente três vezes suas asas, mostrava seus grafismos vermelhos e brancos, o fio voltava a balançar e os registros, a perder o foco. Enquanto respirava curtinho para não assustá-la, examinei cada detalhe da sua anatomia esbelta e forte, mais ainda suas "perninhas", quase um fio de linha de tão finas, capazes de sustentar seu corpo feito para voar com tanta tenacidade. Se quem pode voar longe, entre aromas e cores, vez que outra prefere brincar de balanço, agarrada a um cordão verde frágil, por que não poderia eu também sair do rota dos dias e me deixar embalar por outros pequenos prazeres? Seria este o recadinho da figura alada para essa temporada longe do teclado e da tela? Precisei acreditar que sim...
Acreditei mais ainda que era tempo de retomar o olhar acordado para o extraordinário, que tantas vezes está ao lado, quando outra criatura alada me recepcionou para o café do manhã assim, pendurada de cabeça para baixo. Às vezes é preciso um sacrifício para se ver a vida por outro ângulo - lembra a borboleta da noite (bruxa? clique nela para ver a beleza da estampa das asas) que lembra um arcano do tarô com nome meio assustador: o Enforcado. Essa leitura de possibilidade de visão ampliada que nossos períodos com o "pé amarrado, de ponta a cabeça, na beira de um precipício" nos oferecem ainda é nova para meus pequenos conhecimentos das cartas arquetípicas. Aprendi recentemente com a Cláudia, do Via Tarot, que repassa diariamente sua bagagem grande de conhecimento com a maestria de escritora fluente que é. Para saber muito mais sobre essa ferramenta potente de autoconhecimento, clique aqui e pegue essa via.

E como também aprendi com outros mestres queridos que a premissa básica para se manter "a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo" é crer para ver, dediquei os dias desconectada a uma imersão na geometria sagrada.
E circulei, circulei, circulei... para matar a saudade das mandalas, que nascem assim...
ganham relevo para delimitar seus territórios...
e depois cor, às vezes em sobretons, às vezes em contraste...
tal como os dias, serenos ou vibrantes, com a alegria por um fio ou plugada a muitos fios de fé.
E para dizer o amém, em total sintonia, vejam só quem pegou carona no post há pouquinho, a bordo da borboleta azul!
Tá bom, caroneiro, já entendemos a mensagem (e prometo não esquecer tão rapidinho): louvar é preciso, em tempos de voo, em tempos de pouso.