sábado, 10 de outubro de 2009

Guardiões do tempo

Da casa da sogra veio o relógio. Do passeio à terra do vinho, as rolhas. E o casal, que ganhou corpo de rolinho, escolheu morar junto ao pêndulo. Entre as badaladas que cadenciam as horas, conversam entre si, e também com seus botões, sobre os movimentos que observam. Às vezes, trazem Cazuza para sua morada e cantarolam: o tempo não para... Em outras vezes, invocam Cronos, quietinhos, e meditam sobre os ciclos que, de minuto em minuto, abrem e fecham ciclos, na dinâmica incansável e sábia do universo.
Faça com as crianças para marcar o tempo fértil da infância.
A construção em parceria é um presente que pode ficar para sempre germinando afeto. De bônus, ganha-se uma driblada nos anos. Em marcha à ré, encontra-se a menina ou menino que continuam lá, no nosso miolo, encantando-se com as transformações mágicas que podemos alcançar quando a mente criativa casa-se com mãos pacienciosas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Culinária vintage

(Ainda pelas páginas do Mundo da Criança...)
Um passinho à frente pelos caminhos retrôs, a cozinha é cenário de uma rodada de biscoitos, tarefa (não, prazer puro) que entusiasma e movimenta meus sentidos como só ela enquanto preparo a massa, abro e, o melhor de tudo, recorto as figuras. Nesta fornada, um ingrediente a mais no momento mais aguardado: a forminha de corte garimpada no Antiquário Túnel do Tempo, na entrada de Ivoti, no pé da serra.
O pássaro já esteve em outras mãos. A imaginação voa, adivinho que sua antiga dona era uma vó da colônia alemã, berço de quituteiras de primeira. Assim que o avistei entre as centenas de objetos tentadores da loja, acho que ele acreditou na minha devoção ao ritual dos biscoitos e pousou ligeirinho na escolha da compra.
A receita é do outro blog, parceria com o sobrinho, daqui , tirando apenas a raspa de laranja e acrescentando 3 colheres (de sopa) de cacau em pó.
Com o Dia das Crianças batendo à porta, fica a sugestão, com o aval de quem há gerações divide a curtição "vintage" de colocar a mão na massa com a garotada da família. É festa na certa, do começo ao fim, com direito a chuva de farinha no chão e aprendizes ágeis e famintos (se quiser fechar o ritual com a deliciosa etapa de guardar os biscoitos numa lata bonita, dobre a receita, porque a primeira, com certeza, termina rapidinho!)