quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um viva à vida, bela e doce!

Para saudar o ano que logo vai nascer, e reafirmar o compromisso de não perder de vista ingredientes que temperam os dias com gosto de quero mais, como a beleza, a doçura, a delicadeza, a amorosidade, as parcerias, a esperança, a paciência, a coragem... escolhi duas receitas da nossa cozinha compartilhada para dividir com a querida turma que passa por aqui e alimenta minha "fé na vida, fé no homem, fé no que virá..."

Aí em cima, a torta de frutas vermelhas, assinada pelo filho, sobremesa do último domingo que arrancou suspiros da platéia enquanto era montada, enfeitiçou os olhos dos comensais quando pronta e logo foi desmontada em fatias para vê-los chegar perto do nirvana (marketing de mãe é imbatível!).
Sem o chef por perto para detalhar, dou as diretrizes para o preparo, deixando espaço para a coragem de cada um para soltar a criatividade. Para a base - três camadas de merengue - foi usado o suspiro que ensinei aqui, montado com saco de confeitar em linhas bem juntinhas para formar retângulos, sobre papel manteiga. O modo de assar é o mesmo explicado na receita.
No recheio, creme de confeiteiro, que pode ser substituído por chantilly, frutas vermelhas (morangos, mirtilos, amoras, cerejas frescas) picadas e coulis das mesmas frutas (ferve-se com um pouquinho de água e açúcar e passa-se na peneira). E para decorar, caramelo, que também pode ter uma versão mais prática, Karo, e as belas frutinhas! Não é para acordar todos os sentidos e dar as boas-vindas ao novo ano no melhor estilo "fui eu que fiz"?

O bolo amanteigado de frutas, receita testada e aprovada há muitos Natais, já foi vedete das produções personalizadas na época em que vesti o avental de cake designer. A castanha moída na massa faz dele um bolo muito saboroso, durável e versátil. Para o Ano-Novo, pode ser assado em forminhas de cupcake e distribuído na ceia marcando os lugares na mesa.
Ingredientes: 300g de manteiga sem sal, 6 ovos, 400g de açúcar, 500g de farinha de trigo, 1 xícara de leite, 2 colheres (sopa) de fermento em pó, 250g de castanhas-do-pará moídas, 1 xícara de passas sem sementes, 1 xícara de damascos picadinhos, 1 xícara de tâmaras picadinhas, 1 xícara de frutas cristalizadas picadas (opcional)
Modo de preparar: Na batedeira, bata a manteiga com o açúcar e as gemas até clarear.
Junte a farinha peneirada com o fermento, intercalando com o leite.
Acrescente as castanhas, as frutas passadas na farinha de trigo para não afundarem e, por fim, as claras em neve.
Coloque em fôrmas untadas e enfarinhadas e leve ao forno forte por cerca de 50 minutos (faça o teste do palito).
A receita rende 2 bolos grandes ou 4 médios (assados em fôrmas de papel para panetone, como o da foto).
Uma sugestão: quem não gosta das frutas pode substituí-las por 1 xícara de chocolate granulado, mantendo as castanhas moídas, e temos então um super bolo formigueiro.

Que tenhamos todos muito apetite pela vida em 2010! Amém

sábado, 26 de dezembro de 2009

Dia do pijama

Se o ócio é criativo, por aqui o dia pós Natal, com total permissão à preguiça e ao fazer quase nada, só pode estar gestando projetos inimagináveis - penso alto enquanto escrevo para seguir nessa zona zen. É que para uma compulsiva pelo trabalho com as mãos, fica difícil se reconhecer nessa letargia, mas se o corpo pede, e dessa vez posso atendê-lo, decidi assim, que o sábado de calor intenso e ressaca não-alcoólica seria reservado a curtir os "mimos" que me afagam e me fazem a melhor companhia. De pijama de bolinhas, fresquinho, presente da mãe, da manhã à noitinha, com as pernas para o ar, redescobri a delícia que é ter tempo para não precisar controlá-lo. E nesse astral molinho, tudo o que quis fazer foi explorar as caixas mágicas trazidas por papais e mamães noéis. Não menos mágicos, acreditem, eles souberam ler cartinhas que não escrevi e atenderam pedidos que nem eu mesma conhecia.
As caixas ricamente estampadas com arabescos e borboletas já seriam um presente para acender toda a alegria, mas guardam ainda outros tesouros: um livro-convite para reinventar a vida e um pacote de fotos com cenas de nossas histórias. Eis uma mãe adoçada e derretida como trufas no verão (e comprometida a montar o painel de imagens há anos projetado, prometo, filho!).

Se a alegria é ingrediente indispensável, imaginem então uma alegria perfumada, e mais, dentro de uma latinha fofa para quem adora latas de todas as espécies! Cheiro de Natal que fica, em caixa pink, guardando também a ternura que me invade quando imagino a cena do marido escolhendo as mimosices numa praia que não é sua.

Aqui, e no meu coração, um capítulo à parte, uma alegria que reforça a melhor crença: na essência, somos pura energia. Uma caixa iluminada de afeto é a prova disso... e mais: que o universo se encarrega de nos presentear com as pessoas certas para nosso crescimento quando damos uma mãozinha e nos fazemos receptivos. Então, num belo dia, ou numa noite escura, caminhando por aí, ou navegando por aqui, o amigo que ainda não conhecemos passa a fazer parte da nossa vida. É o presente mais valioso! Obra do Pai do Papai Noel e de todos nós. E o amigo antenado na mesma frequência rapidamente reconhece nosso miolo e adivinha coisas que não dissemos, ou só esboçamos, quando a amizade ainda é tenra, mas não menos consistente. Como disse à Laély, até então, só quem me conhece "de perto" sabia que me presentear com borboletas é me fazer feliz na certa. Dona de um olhar apurado para o outro, ela soube reunir um "combo" de delicadezas que me aterrisou no Natal uma semana antes com a aura brilhando! Sim, querida, adoro borboletas, gnomos, biscoitos e agora, as Julias, com quem dividi boa parte do dia de recreio. Então, o sábado também foi de encontro... Obrigada pela companhia!

Uma outra caixa, recheada de aromas, trouxe a tentação para perto em forma de colar com um arco-íris de detalhes feitos à mão. Fitas mimosas em gaitinha, matei logo a charada, mas ainda assim não consegui parar de admirá-lo. Se a comichão nas mãos para fazer um parecido me tira do meu recesso de hoje (confesso que rondei o material atrás de fitas), a culpada seria só uma: a mãe do Bruno e seu bom gosto.

Mas não só caixas e latinhas recheadas me fizeram feliz. O presente mais espontâneo só poderia vir mesmo de uma criança. Bruno ganhou seu primeiro relógio. Com o pulso em evidência, chegou mostrando a novidade, orgulhoso do apetrecho que lhe dá ares de menino crescido, e com a outra mão me estendeu a latinha: - Trouxe pra ti... Quis congelar o tempo, parar aquele relógio, ter alguma garantia que essa parceria continuará por muuuuitos Natais... Porque ele conhece a tia criançona que tem e seus gostos (que prefere a latinha ao conteúdo), sabe que o presente assim dividido é precioso igualmente para nós. E se não acredita mais em Papai Noel, acredita na partilha. E eis uma tia inchada de orgulho...

Que as alegrias e as alegriazinhas do Natal, como tão bem colocou a Viviane do De(coeur)ação, e a gratidão por elas não se apaguem da lembrança. Amém!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Que a noite aí e aqui seja assim...

Iluminada

Com todos os corações emendados num só fio: o do amor. Amém!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Costurando papel

Quando comprei a maquininha de costura, como mostrei aqui, a maior surpresa foi o encantamento que o sobrinho, de 8 anos, teve à primeira vista por ela. Tão inexperiente quanto ele para lidar com o brinquedo novo, dividimos os primeiros passos, e contei com o Bruno para solucionar dúvidas, dividir aflições e com uma ajuda muito importante: para quem nem com óculos consegue enfiar a linha na agulha sem no mínimo dez tentativas, seus olhinhos perfeitos e curiosos foram fundamentais para o nosso trabalho.
Ainda não era bem época de se pensar em Natal, mas os dois ajudantes de Papai Noel não aguentaram esperar e deram partida na invenção de moda recortando o que tinham à mão - papel de presente, feltro e retalhos - para fazer cartões diferentes. Será que a máquina costura papel? - nos perguntamos excitados. Experimentamos, e funcionou! Foi um tal de "faz com ziguezague, quem sabe um ponto maior, devagar!, vamos colocar mais um tecido embaixo, podemos desfiar as pontas, cuidado com o dedo!"...
A febre dos cartões passou rápido para o Bruno, como são as novidades para as crianças, o tempo faltou para eu retomá-los e a pequena produção será distribuída a alguns sortudos no Natal, com grife e dedicatória com duas assinaturas.
Mãozinhas aprendizes e criatividade infantil (e paciência de tia!) renderam peças cheias de graça.

E essa é uma das maiores graças do meu Natal.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tarde de biscoitos


Minha cozinha se fez oásis na correria dessas semanas e assim, em comunhão com a comadre-irmã de coração e a tia, inspiradora do meu apaixonamento pela confeitaria e mestre de todas as doçuras da vida, comemoramos o Natal com o ritual que mais me move à magia dessa data.

Seis mãos entusiasmadas renderam uma produção que perfumou a casa até a noite e que continua aromatizando o ar assim que abro as latas. Continua também inundando meus olhos de beleza a cada pacotinho que monto para presentear pessoas queridas e embalando meu coração de alegria pelos momentos tão únicos e fraternos daquela tarde.

Na receita, o diferencial é a forma de confeitar: glacê que decora os biscoitos antes de irem ao forno e que, como mágica, é pura surpresa depois de assados.
Para quem quiser brincar também, assim como as meninas de 50 a mais de 80 deste post, fica o convite em forma de receita. Faça uma massa básica de biscoitos (com certeza você tem a sua preferida) e depois de cortados, prepare o glacê:
misture 1/4 de xícara de manteiga, 1/4 de xícara de açúcar, 6 colheres de sopa de nata (creme de leite), 1 xícara de farinha de trigo. Separe em porções e tinja com anilina para doces líquida. Coloque em saquinhos (pode ser os mesmo usados para embalar), faça um corte bem pequeno numa das pontas e solte a imaginação para enfeitar os biscoitos. Depois de assados, o glacê estufa, parecendo tinta de relevo.
O tempo delicioso dedicado ao preparo dos biscoitos é um presente especial que podemos nos dar e depois... distribuir!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Presente coringa pra fazer bonito


(Bruno e Luísa, na inauguração da Mostra, não se cansaram de curtir as "bolachonas de vidro" - Foto: Andrea Hilgert)

Mandalas agradam almas sensíveis de todas as idades. As crianças se encantam descobrindo as formas e as cores. Os adultos admiram a simetria, o jogo de tons, alguns "viajam" na contemplação, outros usam como ferramenta para meditação.
É um presente especial que fica à mostra, uma forma de estarmos presentes no espaço das pessoas queridas levando uma energia boa.
(Da esquerda pra direita, as mandaleiras Susi, Margarida, Mara, eu e a mestra Nilda - Foto: Andra Hilgert)

Por isso, as mandaleiras dizem em coro: Mandala é presente que sempre faz bonito! Para quem tem tudo, então, é uma excelente opção.
Aproveite o sábado para visitar nossa Mostra na Natur Haus, das 10h às 18h, escolher lembranças num ambiente agradável e tranquilo e saborear as delícias da cozinha do Peter e da Jaque.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

As meninas da aldeia de Natal

A chola Maria chegou em julho, como mostrei aqui, depois de deixar o Peru com a filha nas costas. Logo ganhou seu lugar e a simpatia das fadas que moram na Vila da Baú há alguns anos.
Sissi veio de Canela (RS), de um lugar encantado, a lojinha e casa de chá Alecrim, no Caminho das Graças. Não posso negar que é a "filha" preferida, que tem espaço até no carro e sai pra passear enquanto as amigas guardam a casa.
Cacau, com ares mitológicos, foi adotada em outro espaço que é puro deleite para quem gosta de roupas customizadas exclusivas: a Flor de Vênus, em Garopaba (SC). Quem produz as criaturinhas aladas também é talentosa na cozinha e circula nesses dois universos no Café das Fadas, alguns quilômetros antes da entrada de São Francisco de Paula (RS). Cacau é protetora da mesa farta e, segurando o romã como talismã, acomodou-se no alto da chaminé do fogãozinho à lenha e dali observa os movimentos da cozinha.
E como a aldeia é reduto gaúcho, no fogão a água aquece para o chimarrão e o feijão cozinha na panela de pressão, porque nem só de churrasco vive a culinária dos pampas e a turma de papais-noéis e gnomos, com todo trabalho desses dias de dezembro, tem uma fome de leão. As meninas da Vila, cozinheiras nessa época, que o digam...

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Vila do Baú e o cheiro mágico

A réplica da igreja da praça dos pescadores em Garopaba (SC) faz parte do cenário em miniatura
montado sobre o baú que guardou o enxoval da vó do marido no início do século passado e depois, o meu. É um xodó que já passou até por batismo de fogo, quando abrigava o altar e, numa noite de cansaço que cega, esqueci de apagar a vela... Incendiária que movida a susto me fez uma bombeira ágil, apaguei as brasas com copos de água, numa cena ainda mais hilária por estar me recuperando de uma cirurgia na perna e pulando num pé só. O estrago foi pequeno, facilmente camuflado por uma madeirinha que cobre o buraco da base.
A mini-aldeia de Natal é ecumênica. Nela convivem na mais santa paz e visível alegria papais-noéis, fadas, chola, duendes, coelhinha e até um buda. Alguns, felizes da vida por finalmente ter chegado a época de saírem da caixa, os outros - habitantes de todos os dias da sala - por ganharem a companhia dos amigos que anunciam a festa mais bonita do ano. A comunidade, cada um com sua casa, é a imagem mais linda que não canso de olhar e ajeitar, mais ainda quando anoitece e ganha a luz amarela do abajur. Posso também fotografar sem parar, em diferentes ângulos, como tem sido a cada noite, e o resultado quase sempre me faz querer imprimir para cartões. Então, para garantir que nossos olhos não percam o encantamento com o excesso de estímulo, vou apresentando aos poucos os moradores da Vila do Baú, em close.

Outro cenário...

Em tamanho natural, mas não menos arrebatador, encontrei como presente-surpresa numa passada em Dois Irmãos (RS) no fim de semana. A Igreja Evangélica Luterana, da comunidade São Miguel, com seu verde vintage, me convidou para um clic rápido do carro. Na porta, o rapaz, talvez pastor, estendeu o convite: Querem conhecer o pinheiro e o presépio? Sem pensar nem uma vez, entramos, e na frente da árvore esplendorosa, embasbacada, reconheci a origem desse contentamento que me toma nas semanas que antecedem o Natal. Vem de longe e, graças aos céus, continua tão perto.

Todos os signos de uma época rica de inocência reunidos numa só árvore, emoldurada pelos vitrais, já seriam motivo para tocar lá no espaço das emoções ternas. Mas o que acabou por me derreter foi o cheiro tããão bom e esquecido do pinheiro, que como um teletransporte, devolveu por mágica o mistério das noites felizes de outros tempos.
Gosto de pensar que às vezes, quando seguimos um caminho despretensiosamente, uma estrela-guia assopra o roteiro, pede para dobrar à esquerda, reduzir a marcha, olhar para o lado... todos os passos para nos presentear com algo que nem mesmo sabíamos o bem que nos faria. Que ela nos acompanhe, que tenhamos sintonia e confiança para ouvi-la. Amém!


Mais Natal...
Pensando na saúde do planeta, que nessa época sofre ainda mais com o excesso de lixo, a Ísis, do Poderosapontocom, lança a ideia bacana de embalar os presentes com furoshiki. Pra ver como se faz, clique aqui e participe!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Bolão de Natal

A flor mais vintage e guardiã dos meus Natais abre-se em estrelinhas simétricas, perfeita geometria sagrada, e me leva lá pra trás. Na casa da amiga meio irmã, os bolões nos vasos ornamentavam o presépio do maior e mais bonito pinheiro da minha infância. Éramos meninas privilegiadas pelos dons das mães que cultivavam flores e preparavam doces especiais em dezembro. Fífi, que não só tinha apelido de fada como a suavidade delas em tudo que fazia, deixou sementes mágicas. Os bulbos das bolas vermelhas, mandalas formadas por centenas de "anteninhas de borboleta", são prova incontestável. Depois de mais de 30 anos que Fifi vestiu-se de estrela e foi morar no céu, continuam se multiplicando e florescendo. Fífi e a menina que fui renascem em dezembro no meu jardim. E uma nostalgia doce toma conta de mim, tão doce quanto suas rapadurinhas de leite, tão alegre como eu era quando ganhava um saquinho delas como presente do Noel.

domingo, 29 de novembro de 2009

José, Jesus e o milagre da laranjeira

A dupla chegou aqui com a missão de concretizar um projeto de anos: a construção de uma área nos fundos da casa para abrigar os amigos em volta do forno erguido pelo filho, um milagre alicerçado na total inexperiência com a lida de pedreiro e um apaixonamento gigante por pizza.
José, construtor, que também faz as vezes de carpinteiro honrando seu nome bíblico, é o comandante da empreitada e guia de Jesus, seu fiel escudeiro.

Nas poucas semanas de convívio, impossível não reconhecer a performance exemplar dessa parceria que trabalha sem parar jogando conversa fora baixinho, buscando soluções, às vezes assobiando, com um bom humor imbatível. Nem o peso absurdo das vigas de eucalipto, nem o sol escaldante foram capazes de tirá-los do prumo. Sintonizados numa mesma intenção, cumpriram o prometido na data marcada, mesmo com São Pedro jogando contra e impedindo o trabalho nos muitos dias de chuvarada.

O forno, grande estrela do espaço, está quase pronto para a inauguração, com uma lista de convidados que se espicha feito massa de pizza em mãos de pizzaiolo hábil.
Cresce também o meu olho pelos entulhos que se avolumam pelo quintal. Seu José e Jesus, e os guris da casa também, me olham só de canto enquanto recolho tocos e pedaços de varas de madeira, telhas, retalhos de calha e reúno num cesto, como tesouro, os galhos da velha laranjeira sacrificada para dar lugar ao telhado.

Renascimento
E então, como sucateira teimosa que gosto de ser, mostro a eles o primeiro resultado do que iria para o papa-entulho ou seria queimado no fogo inaugural do forno. A vida que se foi a machado renasce como o primeiro elemento de Natal na decoração da casa. E como outro milagre, a laranjeira volta a nos fazer companhia, agora como pinheiro. Os ingredientes da mágica não poderiam ser mais simples: gravetos, galho mais grosso para o tronco, meio toco de uma fatia de vara de eucalipto, lascas de madeira, pregos e cola quente.Aqui a Analu mostrou de onde veio a inspiração. E a Susi também colaborou com a ideia com esta sugestão. E dessa empreitada de tantas mãos, fica a fé cimentada de que a simplicidade gera riqueza. Riqueza de tranquilidade e eficiência, como provam os mestres José e Jesus.
Riqueza de satisfação, como mostram meus olhos admirando o pinheiro de gravetos.
Fica também a certeza de que quero um Natal assim, simples. Para isso, preciso fazer o caminho de volta a uma manjedoura para perder o excesso de expectativas acumuladas por aí, fora do meu quintal.

sábado, 28 de novembro de 2009

Mandalas ao som do América

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Passe 2010 com os gnomos!

(Para ver os detalhes e ler a oração, clique na imagem que ela cresce)

Em primeira mão, como prometido,
o Calendário com a família mais fofa da floresta!
Em papel couché, tamanho A3 (30X42), é um mimo diferente que garante ser lembrado durante todo o ano pelos amigos com alma de criança e pelas crianças também. Para encomendas e informações, entre em contato pelo e-mail: rosanasperotto@hotmail.com

terça-feira, 24 de novembro de 2009

No Blog Arte, toda prosa

A Andrea Guim, do Blog Arte, um espaço sensível e criterioso dedicado a diversas formas de criação, fez essa mandaleira feliz mostrando o trabalho que nasce aqui para sua legião de seguidores e visitas. Obrigada, querida! Passa lá e vê se não é de ficar toda boba mesmo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Bolachas de vidro e um convite

Nova fornada de pequenas mandalas, com 12cm de diâmetro, ideais para um mimo de Natal. Depois do forno rápido, as "bolachas confeitadas" com tinta vitral ganham fio com miçangas e pedrinhas para exibirem suas cores e transparências em lugares iluminados. Estas, e a produção dos últimos meses, já têm destino:
MOSTRA DE MANDALAS
É com alegria que anunciamos nossa exposição de final de ano, dessa vez no Restaurante Natur Haus, em São Leopoldo, RS.
A Mostra abre neste sábado, dia 28, às 10h30min, e se estende até o Natal.
Vamos reunir os amigos numa grande mandala viva, colorida de afeto, e será um grande prazer receber você que mora por perto e dividir a experiência com os de longe pelo blog. Então, turma daqui, apareça, vamos nos conhecer ao vivo! Turma de lá, sintam-se parte desse desenho traçado pelas nossas parcerias! Amém
Natur Haus: na rótula das avenidas João Correa (66), São Borja e Feitoria

sábado, 21 de novembro de 2009

Sala de leitura (aqui e lá)

Enquanto por aqui os gnomos se distraem no jardim com um conto das amigas fadas...
Lá, na Sala da Lá, a amiga generosa termina de ler Julie & Julia e destina o livro à sorte. Quer fazer uma fezinha? Então clica aqui , participa e cruza os dedos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Grávidas

A figueira menina-moça, esguia e fértil, que não floresce aos nossos olhos e prefere enfeitar-se de frutos, providencia o doce típico dos meus Natais no jardim-quintal. Acelera o passo nas últimas semanas e as frutinhas engordam dia-a-dia. Adivinho o aroma dos figos na calda, perfumados de cravos-da-índia, borbulhando na panela grande e "incensando" a casa... E o Natal começa a acender seu encanto em um canto preservado em mim com todo cuidado, embalado em papel de seda e fita mimosa. A árvore promove o milagre, acorda essa alegria como nenhuma campanha publicitária ou megadecoração dos shopping centers é capaz. E assim como o pinheirinho aí ao lado, entro em contagem regressiva, prometendo-me distância do que me afasta do sentido dessa espera, trabalhando feito formiga contente, às vezes formiga cansada, outras vezes cigarra, para não perder a trilha sonora que embala essa sempre esperada gestação. Amém!Recadinho encontrado em um pinheiro do Natal Luz, em Gramado, no ano passado.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Família reunida na floresta

(Clicando na foto pode-se ver as criaturinhas com mais detalhes)
Nascidos para acompanhar 2010 no calendário dedicado ao povo pequeno e a todos aqueles que botam fé na energia da terra, a família de gnomos se apresenta ao respeitável público do Amém! A matriarca, doceira por vocação, preparou uma cheesecake de morangos.
O inquieto agricultor carregou a sacola com os cogumelos mais vistosos que encontrou.
O sonhador quis mostrar seu livro mais precioso.
A menina crafter preparou corações em fio para exibir suas habilidades.
Lá em cima, a guardiã dos passarinhos ganhou também a companhia da borboleta.
E o casal, um de cada lado, abençoa a turma com sua contribuição, o casal de gêmeos, para levar adiante os dons e propósitos dos elementais da floresta.
Nas próximas semanas, depois de uma sessão de muitas fotos, estarão no calendário para o próximo ano. E o respeitável público do Amém será o primeiro a conhecer a publicação. Aguardem notícias!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Na cozinha da comadre, na despensa dos gnomos

No quintal da comadre, o menino crescido esquece a idade, recolhe todas as frutinhas que cabem na bolsa improvisada na camiseta e entra na cozinha orgulhoso exibindo a colheita em todos os tons do vermelho ao púrpura.
A comadre, aniversariante do dia, não pensa duas vezes: ferve as pitangas em água com açúcar, batiza com aceto balsâmico, passa na peneira e leva a polpa de volta ao fogo para dar uma apurada. Tá pronto mais um molho para o cordeiro que assa no forno à lenha, logo ali ao lado, sob os cuidados do afilhado chef e do marido auxiliar e o olhar curioso da plateia.
Nascidos em alguma terra de gigantes, os cogumelos extra size trazem o público para volta do fogão. O cozinheiro dá a dica: proteína das boas, para preparar, doure-os em azeite de oliva e manteiga, dos dois lados, salpique sal e pimenta-do-reino e termine de cozinhar no forno (nesse caso, junto com o cordeiro, no iglu com brasas).
No quintal daqui, o gnomo papai também movimenta-se para abastecer a despensa e garantir o sustento da família*.
Minicogumelos, pitangas, laranjinhas e uma flor cor-de-rosa, para fazer um agrado à esposa. *A família de sete gnomos ilustrará o Calendário de 2010. Amanhã, conheça a turma completa!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A colheita farta da vó Anita


Aos seis anos, vó Anita plantou sua jabuticabeira no quintal. E o tempo encarregou-se de fortalecê-las. A menina crescida encontrou seu príncipe, casou com ele e com a casa dos pais. Frutificou em filhos e netos, privilegiados pela companhia da mãe e vó sábia e de seu paraíso verdejante em pleno centro da cidade. Semana passada, completou 90 anos!, sob o olhar orgulhoso de seus amores, entre eles, a jabuticabeira. Dizem que para presenteá-la, a árvore antecipou-se à data, enfeitou o tronco frondoso de suas flores que mais parecem plumas, e depois cobriu-o de frutos negros e suculentos como nunca antes visto. Presente divino, como as anciãs tão bem sabem preparar.
Outras delicadezas floresceram para celebrar a alegria da data, como o chá-surpresa que reuniu familiares e amigos em ciranda para cantar o Parabéns. Teve lembrancinhas doces, porque meninas de todas as idades adoram essas fofurinhas, e vó Anita, como crafter de mão cheia, não poderia passar sem elas.


Há dois anos, tive a oportunidade inesquecível de conhecer a "floresta" da vó emprestada, lá em Santa Cruz, e suas companheiras de quatro patas: Belinha e Mila. Poderia ter feito um ensaio fotográfico se as condições de fotógrafa fossem melhores. O pátio, pequeno em extensão, abriga dezenas de espécies de plantas, novidades e flores há muito não-vistas pelos recantos e canteiros. Voltei com o porta-malas transformado em um viveiro de mudas, arbustos já crescidos e até uma pequena árvore. Generosidade da mãe e da filha, guardiãs de espaço sagrado e curativo, que hoje colorem meu quintal e garantem a lembrança diária das amigas.

E como as frutinhas não caem mesmo longe do pé, a filha Lourdes, minha grande amiga de coração gigante, que me empresta até a mãe para chamar de vó, segue escrevendo a história do quintal, a trajetória das Hübler, mulheres fortes que têm a natureza como subsistência primeira da alma. Muito antes do mundo acordar para as questões ecológicas, a professora Lourdes desafiava os conceitos vigentes e ia à luta para defender a árvore da rua, o ninho do poste, as pilhas de papel da escola descartados no lixo... Dona de um imenso amor incondicional a tudo que pulsa, respira, vive, uma reverência constante à natureza, uma afetividade materna latente à Terra. Abençoada genética (espiritual?) que vai levando em frente as melhores qualidades ancestrais.
Lá, tudo cresce rápido, feito massa de pão em dia quente, e se multiplica, e vai tomando conta da calçada, e casa com a vizinha, e gera outra cor, e nasce entre pedrinhas... e dá um trabalhão, mas quem diz que as jardineiras pensam em reduzir o "jardim botânico"!
Talvez para guardar o que os ciclos levam, a jardineira, que também escreve com a mesma desenvoltura com que lida na terra, tem nova paixão: a fotografia. E não é que brincando com seus cliques pela cidade e na zona rural, a que se diz aprendiz já foi premiada! A foto, do Templo Maçônico (à direita no postal), levou o primeiro lugar em concurso do seu município. Os bastidores, soube por telefone: para captar o melhor ângulo, com a acácia emoldurando o prédio, a fotógrafa deixou de lado a inibição e ajoelhou-se na calçada, ao pé do Templo, cedo da manhã, enquanto em frente os trabalhadores esperavam o ônibus na parada.
Porque imagens guardam, sim, segredos, e quem tem sensibilidade para garimpá-las é capaz de nos surpreender sempre, a festa da vó Anita driblou duplamente o calendário e desembargou aqui hoje, via sedex. Que segredos aquela caixa inesperada poderia resguardar? Assim que abri, fui tele-transportada no tempo: para trás, com as cenas da festa de 90 anos que não pude participar, e para frente, com os presentes de Natal! produzidos pela dupla. Quase ouvi o ho-ho-ho do velhinho barbudo rindo do meu estado eufórico.

Não estava lá, mas tenho a bonita homenagem publicada no jornal e o coração de biscoito...



Tenho também mimosices preciosas produzidas pelas mãos ágeis e pacienciosas da vó Anita e sua discípula, que começam a produção natalina no meio do ano, e a cada ano inventam uma moda nova. Confesso que espero o presente das "meninas" prendadas com expectativa. Como poderia ser diferente se me enchem de mimos há muuuitos Natais? Dessa vez, guardanapo aplicado, pano de prato com barrinha floral, mini-oratório, íma de joaninha, embalados com uma customização digna dos melhores designers.

Mais dedicação viajou pelo caminho florido do afeto...
Uma agenda dos próximos três meses, totalmente preenchida por um roteiro para guiar os passos por todos os anos que virão. Um mapa, conduzido pelas palavras colhidas de grandes mestres, recortadas ao longo da jornada, coladas em papel reciclado. Um "viva à vida" contagiante...

Que vem lá de Santa Cruz, pela voz de quem reza quando o Sol nasce de uma maneira só sua: distribuindo grãos aos pássaros em forma de cruz (santa) na calçada do jardim, enquanto agradece e pede proteção a todos. (Quem não chega a tempo do café da manhã, pode servir-se depois no restaurante.)

Sim, querida, os anjos disseram e continuarão dizendo amém aos milagres que o teu bom coração, movido à boa vontade, promove por onde passas. Obrigada, sempre, por partilhá-los e por me acolher no ninho farto da vó Anita.